O Pula Pula Pulga fez nos últimos dias uma selecção de deputados da Assembleia da República, tendo escolhido alguns com fotografias e textos de currículos que não lhes são especialmente favoráveis.
Com base nestes dados, sugere-se que esses deputados seriam os que, nos partidos, arranjam os dinheirinhos ou os que distribuem os aventais nas feiras. Conclusão: não deviam estar na Assembleia. (Nem é preciso saber que actividade parlamentar é que estas pessoas tiveram. E se for boa?)
Há duas possíveis consequências da conclusão da Pulga:
a) Diminuir o número de deputados.
b) Alterar de fora a forma de funcionamento dos partidos.
A primeira implicaria uma diminuição da proporcionalidade entre votos e eleitos, excluindo os pequenos partidos irremediavelmente do parlamento. Haveria também menos disponibilidade de deputados para trabalhar nas comissões. Seria, ainda, mais difícil haver em cada grupo parlamentar especialistas em diferentes áreas e pessoas com experiências pessoais diversas.
A segunda dificilmente seria aceite, já que seria apontada como anti-democrática.
Se não é possível a exclusão, falemos de inclusão. Por que é que não há pessoas de mais valia nas listas para a Assembleia da República? Porque:
1. Entre os melhores técnicos, o ordenado é mais importante do que o serviço da causa pública. (E ser deputado parece já não valorizar os currículos.)
2. Num dos maiores partidos da democracia portuguesa, deixou de haver a massa crítica para uma intervenção ditada pelos interesses do país.
Como se combate este estado de coisas? Parece-me que uma das formas incontornáveis é o voto.
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