segunda-feira, janeiro 17, 2005

Escrito há quatrocentos anos



"Desocupado leitor, não será preciso jurar por minha honra que foi meu desejo que este livro, fruto da razão, fosse o mais belo, mais garboso e discreto que se possa imaginar; mas não foi possível furtar-me a essa lei da natureza segundo a qual uma coisa engendra outra semelhante. E daí que, do meu estéril e mal cultivado engenho, só pudesse nascer a história de um filho seco, atrofiado, caprichoso e cheio de pensamentos nunca imaginados por alguém, como se fosse concebido num cárcere onde os mais desconsolosos e mais tristes sons têm a sua morada."

(in "Dom Quixote", Miguel Cervantes, Clássica Editora)

Recomendado vivamente por esta pastora a quem ainda não leu!

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