segunda-feira, janeiro 31, 2005

O azul dos olhos de Salgueiro Maia

Não sei se foi mister de quem coloriu fotogramas mas vi uma vez, na televisão, uma entrevista de Salgueiro Maia em que brilhavam olhos azuis-claros e uma lucidez rara. Se fosse especialmente sensível a olhos azuis ou a heróis, sê-lo-ia, em primeiro lugar, com Salgueiro Maia e com aqueles olhos.

É também a pensar nele e nos que se arriscaram naquela madrugada que transformou uma longa noite num imenso dia (e em todos os que tiveram que morrer e penar para que essa madrugada se tornasse imperiosa) que, quando me sentir indecisa sobre uma escolha eleitoral, não deixarei de, humildemente, "dar o corpo ao manifesto", e irei votar. Mesmo que vote em branco. Ainda acredito na democracia que me foi oferecida tão generosamente. Mesmo que continuemos a ser o tal povo que não se governa nem se deixa governar...

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