Não sei se foi mister de quem coloriu fotogramas mas vi uma vez, na televisão, uma entrevista de Salgueiro Maia em que brilhavam olhos azuis-claros e uma lucidez rara. Se fosse especialmente sensível a olhos azuis ou a heróis, sê-lo-ia, em primeiro lugar, com Salgueiro Maia e com aqueles olhos.
É também a pensar nele e nos que se arriscaram naquela madrugada que transformou uma longa noite num imenso dia (e em todos os que tiveram que morrer e penar para que essa madrugada se tornasse imperiosa) que, quando me sentir indecisa sobre uma escolha eleitoral, não deixarei de, humildemente, "dar o corpo ao manifesto", e irei votar. Mesmo que vote em branco. Ainda acredito na democracia que me foi oferecida tão generosamente. Mesmo que continuemos a ser o tal povo que não se governa nem se deixa governar...
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