O André Abrantes Amaral, d'O Observador, responde assim à pergunta para neo-liberais:
"Em resposta à Laurindinha, quero dizer-lhe que é sempre necessário distinguir entre criar condições mínimas de sobrevivência para que (como refere o Timshell na caixa de comentários) “não se morra à fome” e a justiça social na medida em que são realidades completamente diferentes.
O conceito de justiça social é uma ilusão. É-o por duas razões. Em primeiro lugar, o facto de uns terem mais dinheiro que outros, não resulta de uma qualquer injustiça, mas da própria natureza das coisas (não podemos, nem devemos, ganhar todos o mesmo). Em segundo lugar, e considerando a justiça social como forma de distribuição da riqueza, mesmo em benefício de quem ganha menos, mas não necessariamente mal, a justiça social tem o efeito perverso de desmotivar os cidadãos, de os acomodar tanto para o trabalho como para o desenvolvimento das suas capacidades críticas. Conduz ainda à transferência para o Estado das nossas responsabilidades enquanto indivíduos e a uma limitação da liberdade do ser humano."
Tenho novas perguntas, para o AAA, ou para neo-liberais que queiram responder.
1. Como é que se propõe "criar condições mínimas de sobrevivência" para que 'não se morra à fome'? Tem a certeza de que os postos de trabalho são tantos quantos aqueles de que deles precisam, num mundo neo-liberal puro?
2. Não percebo como é que a justiça (social, neste caso) pode desmotivar e diminuir a criatividade. Está a referir-se a um salário? E, já agora, a salário igual para trabalho igual?
3. Considera sua responsabilidade enquanto indivíduo dar esmola a todos os pedintes que encontra na rua? Qual é a esmola justa? Considera sua responsabilidade individual pagar uma operação cirúrgica a quem não tem dinheiro para a pagar? Quanto à sua liberdade, não está disposto a abdicar de uma parte dela a favor do bem comum e da paz social?
4. Qual é o papel da escola na promoção da igualdade de oportunidades?
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