domingo, maio 28, 2006

Simples

Hoje acordei a pensar no sabor do caldo de farinha do meu avô, um sabor diferente de todos os outros com o qual, para meu grande espanto, ele se deliciava. Na rede há referências a um "caldo de farinha" que é tradição gastronómica de alguns lugares, mas que é uma outra coisa, com muito mais ingredientes. Na "receita" que conheci, bastava juntar água a ferver a uma tigela com farinha, açúcar e umas pedrinhas de sal, e mexer. (Era o alimento das mães que tinham filhos para amamentar.) Tão simples e, no entanto, muito mais do que o que tantas crianças miseráveis têm, pelo mundo fora. A existência de farinha pressupõe condições de segurança que permitam o comércio ou um sedentarismo torne possível a agricultura. Lembrei-me disto por causa das crianças do Darfur e de outros infernos, que tão facilmente se esquecem. Por que não anda uma fracção dos jornalistas que cobre as notícias da selecção atrás do Eng. Guterres a relatar o que os olhos dele vêem? [editado]

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