Será por ingenuidade ou por insatisfação minhas que não me passa nunca pela cabeça deixar de votar quando há eleições?
Faço sempre o passeio até à "assembleia de voto" com um sorriso nos lábios mal disfarçado e com a solenidade dos dias especiais. Penso nas moles de gente que nas décadas, séculos, milénios anteriores não tiveram oportunidade de votar. Penso nas moles de gente que na actualidade não têm ainda oportunidade de votar. Nesses dias, conto tanto como outros que tiveram mais oportunidades do que eu. Por tudo isso, digo presente. Assumo a minha quota parte de responsabilidade pelo futuro da sociedade em que vivo. E, admito, reprovo quem não assume essa responsabilidade.
Pelo que se tem sabido, espera-se que as eleições presidenciais de hoje nos Estados Unidos tenham um nível de participação "elevado", há muito não visto. O que significa uma abstenção de cerca de 40% dos eleitores...
Alguns dizem que isto acontece porque nos Estados Unidos o estado tem um papel muito menos importante do que, por exemplo, na Europa. Como se o liberalismo económico implicasse alienação da política.
Outros dizem que é por a democracia já estar muito consolidada e as necessidades básicas estarem essencialmente resolvidas que há menos participação. Como se essas coisas estivessem automaticamente garantidas para todo o sempre.
Hoje, deixo um cumprimento especial para quem, como eu, vota.
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