Parece que agora é moda, a propósito e a despropósito, mimar aqueles de quem se discorda com o rótulo de extremistas. Para não variar, a pastora também foi agraciada. Pior do que Salazar, pior do que Staline, imagine-se! (Basta passar de viés os olhos por este blog para perceber quanto isso a atinge; e, se atinge, é pela preocupação de que quem tem tamanhas dificuldades de percepção se possa estatelar mais cedo do que julga possível.) Mas isso até interessa pouco. No extremismo da argumentação, ignora-se uma realidade para qualquer escola da psicologia, que é a existência de doenças mentais. Para muitos, é um tema tabu, são pessoas invisíveis. Se alguém disser que conhece essa realidade, corre o risco de se expor ao ridículo. Pois conheci pessoas próximas nessas condições (e não estou a falar de depressões). Posso testemunhar a limitação de liberdade que isso implica, a angústia pela impotência por parte de quem assiste e o instinto de protecção acrescido por parte de quem ama. Não são casos de piromania(*), só por acaso. Não foram parar à prisão (ou foram vítima de milícias populares), só por acaso (ou não?). Mas vivem num outro tipo de prisão, muito sua. Temo que esta invisibilidade fundada no preconceito impeça estas pessoas frágeis de terem todo apoio social de que necessitam. Para além, claro, das surpresas que quem se faz cego às vezes tem quando lhes caem bombas nas mãos. É coisa que não desejo a ninguém.
(*) Quanto à influência da televisão na actuação de pirómanos, pode argumentar-se que é difícil avaliar que percentagem do total de incêncios se deve a pirómanos. Mas mesmo se for apenas um por cento, isso significa, em dias de quinhentos incêndios, cinco incêndios. Se não valer o bom senso para limitar as labaredas nos ecrãs, há ainda o dever do serviço público a considerar. Estes dois factores, aliás, são responsáveis pela balização da liberdade de expressão e de informação neste meio em muitas outros casos, sem grande celeuma.
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