Há tempos, ao entrar num edifício público e sem que nada o anunciasse, ouvi um coro de vozes a cantar animadamente. Na sala de espectáculos decorria o que parecia ser um concerto de "jovens" evangélicos (como depois me foi confirmado). Num ecrã, passavam as letras das canções que uma meia dúzia cantava no palco. Na assistência todos estavam de pé, a cantar, muitos com os braços levantados a quarenta e cinco graus e com as palmas das mãos viradas para cima. No extremo das filas de cadeiras havia indicações das localidades de origem de cada grupo: terras esquecidas de Portugal.
Fui fazer o que me tinha trazido ali e, quando os "jovens" sairam, tentei perceber se tinham alguma coisa que os distinguisse. Não encontrei nada. Nada que fosse indicativo de exclusão ou alienação. É certo que não se confundiriam com públicos de outro tipos de concertos, que enumerei mentalmente. A diferença destes "jovens" é que eram demasiado simples, provavelmente não iriam a nenhum outro concerto sem ser estes, evangélicos, a que suponho que cheguem em excursão de camioneta. É este o seu circo.
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