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Fonte: The Quetico Foundation
Há o prosaico lobo ladrão, pilha galinhas e predador de rebanhos, das histórias dos antigos. A moral da fábula do imortal escravo Esopo, que em inglês se diz "don't cry wolf", a lembrar a necessidade de economizar as palavras, a mentira e os pedidos de socorro. O lobo das fábulas de La Fontaine, menos matreiro que a raposa. O lobo simbolizando a pulsão sexual na história do Capuchinho Vermelho. O lobo de Hobbes, que é o homem egoísta e explorador. O lobo, vagabundo solitário condenado a não encontrar o seu par, em "Ladyhawk". O lobo dentro de cada um de nós, fonte de agressividade, irracionalidade e violência.
Hoje, o condenado à morte mais televisionado fixou-se-me no pensamento. Não esqueço todos os mortos, desde as centenas que nasceram pertencendo à etnia errada, aos cidadãos do país invadido, aos colaboradores e aos membros da própria família. Mas poderia dar-se o caso de, nas suas circunstâncias, aquele indivíduo achar que fazia sentido o que estava a fazer? Se, por absurdo, eu me visse na pele do seu confessor numa extrema unção, obrigado a compreender o seu modo de pensar, será que seria capaz?
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