terça-feira, fevereiro 21, 2006

Do silêncio

1. O contador de histórias perdeu a inspiração. Lembro-me bem do que senti quando li algumas das suas histórias. Espantei-me por ter surgido aquela voz num lugar tão improvável. As críticas snobes põe-no agora ao lado da literatura light. Contar simples histórias, mesmo que depuradas, passou a ser, parece, uma arte menor.

É engraçado, isto da leitura. Se as linhas fossem sangue, tão bem poderíamos conhecer um escritor! E não são? Há os escritores prolíficos e consistentes num estilo de escrita, a que depois há leitores que se apegam, cujos meandros mentais seguem, e esses meandros, por sua vez, ficam esculpidos em sinapses e manifestam-se, talvez, em gestos futuros.

2. O trabalho lá fora revela-se na ausência de entradas. Será que o trabalho enobrece? Ou será que embrutece?

3. Pergunto-me por que há ligações para este blog. Não se procura aqui a popularidade. É um blog cheio de defeitos. Aliás, pouco mais é do que um fraco repositório de poesia e de quadros pouco trendy. Deve ser o hábito e o mercado das ligações. O que dizem? (Seja como for, obrigada!)

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