Jorge Miranda não se oporia a que votos em branco fossem representados por cadeiras vazias no Parlamento, como foi sugerido em tempos neste blog.
Questionado sobre se se revê nos partidos do actual espectro partidário, admitiu que não, mas explicou que como não é abstencionista tem votado muitas vezes em branco – pelo que concorda com a proposta do antigo ministro de José Sócrates e economista Campos e Cunha de deixar no Parlamento lugares vagos provenientes dos votos em branco. “Daria um sentido positivo ao voto em branco. Seria uma forma positiva de manifestação de desagrado em relação aos partidos existentes”, insistiu, definindo o actual sistema de partidos como vivendo um “estado comatoso, sem qualquer capacidade de renovação”.
Numa fábula muito popular de Esopo, os ratos em consílio achavam uma excelente ideia pôr um guizo no gato que os atormentava, para os avisar de quando ele estava a aproximar-se. Só não conseguiam entender-se sobre qual deles ia pôr o guizo no gato...
Aqui a questão é que partidos alguma vez defenderiam tal ideia e votariam a favor de uma tal lei no Parlamento...
Nas eleições legislativas de 2009, houve 99.161 votos em branco e 78.023 votos nulos. São mais do que os necessários para uma iniciativa popular, mas quem os organiza? Seria talvez mais fácil se os partidos que não elegeram deputados numas eleições tivessem financiamento na campanha eleitoral seguinte, proporcional aos votos que tivessem conseguido. Ou então, quem sabe, esses "movimentos apartidários" que há por aí pudessem fazer alguma coisa...
Sem comentários:
Enviar um comentário