O primeiro ministro António Costa dizia há dias que 2017 tinha sido um ano particularmente saboroso, o ano em que morreu uma centena de pessoas nos incêndios. Os jornalistas e os políticos não conseguem dizer as duas palavras de "Pedrógão Grande", porque esse grande ou pequeno é a mesma coisa para eles.
A presidente de uma IPSS, Raríssimas, tem o país contra ela porque pagava com o dinheiro da instituição despesas de representação e cursos de gestão, mas leia-se Peter Singer e "O Maior Bem que Podemos fazer". E veja-se quantos familiares empregam instituições mais famosas.
António Guterres é secretário geral das Nações Unidas, mas não deixa de ser o ex-primeiro-ministro do totonegócio. Que moral tem?
Marcelo Rebelo de Sousa está cada vez mais popular, mas esteve na primeira linha contra as mulheres no primeiro e no segundo referendo sobre o aborto. Que moral tem?
Os administradores de empresas públicas têm vencimentos secretos, complementados com prémios de desempenho de milhões (qualquer que seja o desempenho), mas no metro somos sardinhas ou ficamos a vê-los passar e nas paragens de autocarros não há painel de tempos de espera que funcione. Que moral têm?
As propinas pagam uma fração importante das despesas das universidades, que oferecem massivamente aulas dadas por voluntários ou convidados a custo zero, escolhidos sem concurso público. Onde está a moral?
Volto da guerra magoada.
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