segunda-feira, outubro 09, 2006

Not to rage against the dying of the light

Um blog pouco activo pode ser metáfora dos últimos dias de uma vida. As forças a esvaírem-se, no estertor. O jejum como método de purificação. Algumas últimas visitas, sussurantes. A pobre ceifeira que cantava terá campa rasa sem inscrições. Outras vidas, outros blogs poderão continuar, algures, fruto do mesmo ímpeto. Traços curtos, paralelos, contribuem para o padrão de uma caixa de música que toca incessantemente.

Entretanto, lá fora, a cacofonia continua. Miríades de opiniões e de certezas. A ignorância e a intolerância continuam. Contra elas, apetece o proselitismo, mas é um esforço inútil.

"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos." Por que não são só os direitos? O que está a "dignidade" a fazer naquela frase? Repudiou-se a escravatura, as castas e o sangue azul de direito divino. Mas a desigualdade de oportunidades e a exploração continuam e, por isso, a igualdade na dignidade é uma miragem.

Novos cogumelos nucleares ameaçam o horizonte. Os actuais detentores de bombas cederam nos princípios que herdaram e não temem o juizo da história. A rota é, portanto, para o desastre.

Um pessimista é um optimista informado? A internet é uma fonte inesgotável de informação. A vida real faz o resto.

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